Pele das Serpentes
Quando tocada a serpente é fria, pois não controla a
temperatura de seu corpo. Sua pele pode ser lisa ou
áspera, opaca ou brilhante, conforme o tipo de escama
que recobre seu corpo. As escamas são conectadas por uma
pele extremamente elástica, denominada pele de ligação.
Essa pele permite que a serpente distenda o diâmetro de
seu corpo em até 6 vezes, ao se alimentar.
As escamas são queratinizadas (queratina é a
substância que também está presente nas escamas de
peixes, penas de aves e pêlos de mamíferos), e podem ter
aspecto brilhante ou opaco. |
© Paulo Bernarde |
Serpentes possuem diferentes tipos de escamas em
diferentes partes do corpo. Forma, disposição e número
de escamas, e também presença ou ausência de
determinadas escamas, são características de cada
espécie. Cada tipo serve a um fim específico, e varia de
acordo com os hábitos e estilo de vida do animal.
As escamas das serpentes não se desfragmentam, como
as dos peixes. Elas são rígidas, finas e transparentes.
Formam uma rede denominada stratum corneum, que
recobre inclusive os olhos da serpentes, e é trocada
periodicamente.
A função da escama é proteger a pele da serpente,
diminuir o desgaste causado pelo atrito do seu corpo com
o substrato, defendê-la do ataque de parasitas e
insetos, e dispersar a luz e reduzir a quantidade de
radiação que penetra no corpo da serpente, evitando que
ela se desidrate com a perda de água pela pele. |
Escamas Dorsais
Escamas da Cabeça
© Paulo Bernarde |
Na maioria das espécies são grandes, em forma de
lâmina, e são denominadas placas.
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© Otavio Marques |
Algumas espécies (famílias Boidae e
Viperidae) apresentam grande número de escamas
pequenas e uniformes cobrindo o topo da cabeça. Elas
provavelmente evoluíram de grandes escamas que se
fragmentaram com o tempo.
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Há escamas diferenciadas no focinho,
abaixo dos olhos, e bordejando a boca. Algumas serpentes
da família Boidae possuem escamas labiais bem
grandes. |
Escamas Ventrais
© Paulo Bernarde |
Localizadas na parte
de baixo do corpo do animal, do queixo até a cloaca, são
lisas e planas, para ajudar na locomoção. Mais largas
que as outras escamas, geralmente formam uma só linha de
escamas sobrepostas que se prendem às costelas por
ligamentos e musculatura. A última fileira, denominada
pré-anal, pode ser composta de apenas uma escama, ou de
um par. |
Quase todas as serpentes aquáticas
possuem escamas ventrais estreitas, algumas vezes
visíveis apenas como um risco ao longo do abdome. Isto
ocorre porquê essas serpentes quase nunca colocam seu
corpo em contato com superfícies ásperas e irregulares.
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Escamas Subcaudais
Localizadas na parte inferior da cauda da serpente,
após a cloaca (fenda transversal), estas escamas são
similares às ventrais. Podem ser largas, formando uma
única fileira, ou em pares. |
© Ivan Sazima |
© Ivan Sazima |
Padrão e Cor de Pele
A cor e o padrão da pele da serpente são
determinados pelos pigmentos de suas escamas, e estão
relacionados ao ambiente em que ela vive. Podem ter a
função de controlar a temperatura corporal, ou de
proteger a serpente contra predadores visualmente
orientados, de 3 maneiras:
Indivíduos com manchas podem ficar camuflados se
permanecerem estáticos, enquanto indivíduos lisos ou
listados costumam fugir quando se sentem ameaçados.
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© Otávio Marques |
Advertência
Cor geralmente vistosa alerta predadores sobre o
risco de atacá-la, por ser venenosa
(Micrurus decoratus, coral); |
© Otávio Marques |
Mimetismo
Cor e padrão igual à de espécie venenosa engana e
assim afasta os predadores
(Oxyrhopus guibei, falsa coral) |
© Otávio Marques |
Camuflagem
Cor e padrão semelhantes ao ambiente confundem a
serpente com o entorno, dificultando sua localizáção
pelos predadores.
(Bothrops leucurus ) |
Podem existir variações de cor entre indivíduos da mesma
espécie, de acordo com a idade.
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Clelia plumbea jovem
© Otávio Marques |
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Clelia plumbea adulta
© Otávio Marques |
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Pode ocorrer falta do pigmento melanina.
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Crotalus durissus
© Otávio Marques |
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Crotalus durissus com albinismo
© Otávio Marques |
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Pode ocorrer excesso do pigmento melanina.
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Waglerophis merremii
© Otávio Marques |
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Waglerophis merremii com melanismo
© Ivan Sazima |
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Troca de pele (Ecdise)
As serpentes crescem o tempo todo, ao longo de suas
vidas. Como a camada externa das escamas é rígida,
devido à queratina, elas precisam trocar de pele
periodicamente para poderem crescer. Serpentes jovens
podem trocar de pele até 10 vezes por ano, pois crescem
rapidamente até os dois anos de idade. Esse processo
está relacionado às glândulas endócrinas, e quanto maior
a idade da serpente menor a frequência de trocas.
Serpentes adultas, que crescem menos, trocam de pele de
1 a 4 vezes por ano. A freqüência da muda depende do
estado fisiológico, da alimentação, da saúde e da idade
da serpente.
Por baixo da camada externa nasce uma nova, ligeiramente
maior, e quando ela está completamente formada os olhos
e a pele da serpente ficam esbranquiçados e opacos, da
ponta do focinho ao final da cauda, devido à presença de
um líquido leitoso entre a pele nova e a velha, que tem
a função de facilitar a remoção da camada antiga. Sua
pele fica também enrugada e com pregas.
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© Clio Ribeiro |
A serpente então
procura esfregar a ponta do focinho em superfícies
ásperas, e assim geralmente a muda começa a ser retirada
pela cabeça, e sai se desenrolando, ficando invertida.
Durante o período de muda a serpente fica vulnerável,
tem a visão prejudicada, não se alimenta, e pouco se
movimenta.
A pele solta fica inteira ao longo do caminho (cascas de
serpentes são comumente encontradas no campo), e
apresenta ainda o padrão e a cor de pele da serpente, de
forma bem tênue. |
© João Canova
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A cascavel é a única
serpente que não sai completamente de sua pele antiga,
mas mantém parte dela enrolada na cauda em forma de um
anel cinzento grosseiro. Com as trocas de pele estes
pedaços de epiderme ressecados formam os guizos, que
produzem o ruído característico quando o animal vibra a
cauda. A quantidade de guizos não é proporcional à idade
da serpente, uma vez que essas serpentes podem trocar de
pele até 4 vezes num ano, e que os guizos podem se
quebrar. |
Fontes:
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