Acidentes com Serpentes Peçonhentas
Serpente Peçonhenta é a serpente que
produz veneno e tem um aparato eficiente para
inoculá-lo, sendo capaz de causar a morte da vítima
se ela não for tratada a tempo. Suas presas ficam
posicionados na frente da boca, e têm canais ou
sulcos por onde o veneno escorre, a partir de
glândulas secretoras de veneno situadas atrás e
abaixo dos olhos. As glândulas de peçonha
(parótidas) demoram 15 dias para recuperar o volume
máximo de peçonha, depois de serem esvaziadas.
Há 2 grupos de serpentes peçonhentas:
- todas as espécies da família Viperidae
(jararacas, cascavél e surucucu).
Elas apresentam dentição solenóglifa, e têm
fossetas loreais (os pequenos orifícios situados
entre os olhos e as narinas).
- todas as espécies da família Elapidae
(cobras-coral).
Elas apresentam dentição proteróglifa, e quase
sempre apresentam o padrão de coloração anelado,
nas cores vermelha, branca e preta.
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A quantidade de veneno inoculada depende do
tempo decorrido desde a última picada, e do volume
de veneno injetado em cada picada (quando a serpente
pica seguidamente, mais de uma vez). Em cerca de 20%
a 40% das picadas efetuadas em defesa própria, as
cobras peçonhentas inoculam quantidade não
significativa de veneno. |
As serpentes da família Viperidae
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As Bothrops
(jararacas) têm cauda lisa.
Seu veneno tem ação proteolítica, coagulante e
hemorrágica. Os sintomas locais são dor, inchaço e
equimose, podendo progredir para todo o membro
atingido, e evoluir para bolhas e necrose. Em casos
graves pode causar hemorragias em diversas partes do
corpo: a urina pode ficar vermelha e turva, e as
gengivas podem sangrar. As complicações possíveis
são hipotensão arterial, choque e insuficiência
renal. Responde por 87,5% dos acidentes, e a taxa de
letalidade desses acidentes é de 0,3%. |
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As Lachesis
(surucucus, ou picos-de-jaca) têm escamas levantadas
na cauda, exceto na ponta.
Seu veneno tem ação proteolítica, coagulante,
hemorrágica e neurotóxica. Dor, inchaço e equimose
podem progredir para todo o membro. Podem surgir
vesículas e bolhas de conteúdo seroso ou
sero-hemorrágico nas primeiras horas após o
acidente. Manifestações hemorrágicas geralmente
ficam limitadas ao local da picada, entretanto
gengivorragia e hematúria (sangue na urina) têm sido
descritos. Causa hipotensão arterial, tontura,
escurecimento da visão, bradicardia, cólica
abdominal e diarréia. Pode matar por insuficiência
renal aguda. Responde por 2,7% dos acidentes, com
letalidade de 0,95%. |
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As Crotalus
(cascavéis) têm chocalho, também denominado guizo ou
maracá, na ponta da cauda.
Quando se sente ameaçada, antes de dar o bote ela
geralmente balança vigorosamente a cauda para
advertir sua presença e espantar o intruso.
Afastar-se do característico ruído do chocalho é uma
boa maneira de evitar o confronto. Seu veneno tem
ação neurotóxica, miotóxica e coagulante. A picada
só é dolorida num primeiro momento. Depois de 30 a
60 minutos, os músculos dos olhos ficam paralisados,
as pálpebras caídas, e a pessoa passa a ver imagem
dupla e turva. A urina fica castanho escura, e o
volume diminui muito ou pára. Aparecem dores
musculares generalizadas. Pode ocorrer insuficiência
respiratória aguda e insufuciência renal aguda.
Responde por 9,2% dos acidentes, com letalidade de
1,85%. Nos casos fatais, a morte pode ocorrer em
poucas horas ou até 12 dias após a picada, por lesão
renal. |
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No Brasil, todas as
serpentes dessa família possuem fossetas loreais (e
inversamente, todas as serpentes que possuem
fossetas loreais são dessa família). Ademais, todas
as serpentes dessa família têm a cabeça em formato
triangular, com maxilar bem mais largo que o
restante da cabeça, e a cabeça é coberta com
pequenas escamas. Nem todas as serpentes com cabeça
triangular são peçonhentas (a jibóia, por exemplo,
não é peçonhenta). Responde por 0,6% dos acidentes,
com letalidade de 0,36%.
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As serpentes da família Elapidae
Geralmente os membros dessa família são anelados
e tricolores, nas cores vermelha (ou amarela),
preta, e branca (ou creme).
Mas há exceções, como corais bicolores em vermelho e
preto, ou em branco e preto.
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© Otávio Marques |
A Micrurus
corallinus apresenta o padrão típico da família
Elapidae, anelado e tricolor nas cores
vermelha, preta, e branca.
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© Paulo Bernarde |
A Micrurus
hemprichii não tem os anéis vermelhos, mas tem
os anéis nas cores branca (ou creme), amarela e
preta (ou marrom).
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© Otávio Marques |
As Micrurus
annellatus e Micrurus albicinctus não têm
os anéis vermelhos ou amarelos, mas tem os anéis nas
cores branca (ou creme) e preta (ou marrom).
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© Shawn Mallan |
A Leptomicrurus
narduccii não é anelada, mas preta no dorso, com
manchas amareladas no ventre.
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O veneno da família Elapidae tem ação
neurotóxica e potencialmente miotóxica extremamente
grave. Geralmente não há sintomatologia local. Após
a mordida, a vítima sente dormência no local
atingido, suas pálpebras ficam caídas, aparecem
distúrbios da visão, salivação abundante,
dificuldade de falar e engolir, e falta de ar. Se a
vítima não for logo tratada com soro antielapídico,
o quadro pode evoluir rapidamente para paralisia
respiratória aguda, seguida de morte (os movimentos
do músculo do diafragma ficam bloqueados).
Como nunca dá o bote, responde somente por menos de
1% dos acidentes. Pode morder quando manuseada.
Há muitas espécies não peçonhentas que, para serem
evitadas pelos predadores, imitam o comportamento e
a coloração de advertência das corais verdadeiras.
As falsas-corais Apostolepis dimidiata e
Phalotris mertensi tem características
morfológicas (cabeça romba e olhos pequenos)
semelhantes às corais verdadeiras. A
Erythrolamprus aesculapii possui anéis completos
ao redor do corpo, como a maioria das corais
verdadeiras, mas olhos proporcionalmente muito
grandes em relação ao tamanho da cabeça,
diferentemente das corais, cujos olhos são
diminutos. Espécies como Oxyrhopus trigeminus,
Oxyrhopus guibei, Oxyrhopus rhombifer e Simophis
rhinostoma , também conhecidas como falsas
corais, algumas vezes podem ser identificadas pelo
fato de suas faixas coloridas não se fecharem em
anéis, ou serem desencontradas. Mas nem sempre é
possível distinguir uma coral falsa de uma
verdadeira pela simples observação das cores e da
ordem e largura dos anéis, ou pela coloração da
barriga do animal (até herpetólogos podem se
enganar). A única forma de distingui-las é por sua
dentição: as falsas corais não têm presas
inoculadoras. Esta verificação, no entanto só deve
ser feita por especialistas, pois é extremamente
perigosa.
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Conclusão
Para não correr riscos, é melhor manter
distância de toda serpente que possuir fosseta
loreal ou anéis coloridos no corpo (no Brasil, e em
toda a América do Sul). |
Fontes:
- Acidentes por Animais Peçonhentos
Medeiros, C.R; et al, Instituto Butantan,2000
- Acidentes por Animais Peçonhentos: Serpentes
Peçonhentas
Azevedo-Marques, M. M; Cupo, P.; Hering, S. E.,
Medicina, Ribeirão Preto, 2003
- Manual de Diagnóstico e Tratamento de Acidentes
Ofídicos
Amaral, C. F. S.; et al, FUNASA
- Site do Ministério da Saúde
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www.trexpets.com.br
Produtos
destinados a Herpetofauna.
www.zoopets.com.br
Informações
e
cuidados básicos..
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