O Betta splendens
o conhecido
"peixe de briga", é um dos peixes mais fáceis de manter e,
até, de reproduzir. Bonito, rústico, disputa com os guppies
e os kinguios a condição de mais popular nos aquários de
todo o mundo. O Betta, certamente, justifica a palavra
"ornamental".
Quando se "arma", na presença de um
semelhante, ou mesmo, na frente de um espelho, em que se
veja refletido, torna-se ainda mais pomposo, mais bonito.
Somente é agressivo quando macho, e
com os machos da mesma espécie. Isso o torna um solitário,
entre os seus, até porque costuma ser meio violento com as
fêmeas. Mas, em aquários comunitários, onde não encontre
outro "parente", o betta se mostra amigável, indiferente aos
estranhos.
Adaptado a pequenas poças de água, o
Betta desenvolveu um sistema respiratório auxiliar,
constituído de um labirinto de canais nos ossos do crânio, o
que o torna menos exigente quanto a oxigenação da água, mas
também o faz ser um dos poucos peixes que pode ser
"afogado", simplesmente impedindo que ascenda à superfície,
onde vem para coletar ar do ambiente.
Entre o transparente (Celofane), o
branco (Opaco) e o negro (Melano) o betta pode exibir os
mais diversos coloridos, incluindo variedades metálicas. É
interessante ver os bons criadores em sua permanente busca
de novas e mais belas padronagens, verdadeiras obras de arte
vivas, produto de genética aplicada.
O casamento
do Betta é um dos mais lindos espetáculos da Natureza.
Depois de se exibir na sua melhor forma, em um demorado
cortejo, o Betta enlaça a companheira com seu corpo, em
forma de U, de modo que ela expulse os ovos, que caem como
que uma cachoeira de pérolas. Então os recolhe antes que
toquem o fundo, fixando-os em um ninho de bolhas, na
superfície. Pai aplicado, praticamente não se alimenta até
que os filhotes estejam nadando normalmente, passados uns
quatro dias, durante os quais recolhe qualquer ovo que se
solte e mantém um permanente processo de aeração deles.