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Os Dez Erros Mais comuns que aficionados em terrário costumam praticar em seu início:

Erro número um: “Depois de comprar eu descubro o nome desse bicho”

O entusiasmo faz com que as pessoas excedam em seus atos, principalmente quando a oferta é escassa, no caso dos répteis isso tem sido uma constante, e então, antes que alguém faça uma oferta melhor ou mais rápida, a gente acaba se antecipando, não apenas ao comprador da fila, mas aos cuidados com o próprio animal e suas necessidades. Pessoas existem aos montes que compraram lindos filhotes de Burmese Python (Python molurus) sem lembrar que aquele lindo animalzinho irá, em menos de dois anos atingir a marca de 2,5 metros, facilmente e aí a coisa vai complicar muito, pois a mãe, pai ou o irmão que divide o quarto não tem a menor obrigação em se sentir ameaçado diariamente com um animal potencialmente perigoso.
Outro clássico exemplo é o de pessoas que compram Water dragons (Phisignatus coccincinus) pensando serem iguais a iguanas no que tange ao manejo alimentar e de ambiente, e quando seu animal está quase morto, lembra de aparecer em meu consultório à espera de um milagre e não de um veterinário. Aí descobrem que, diferente dos iguanas, seu Water dragon é um animal insetívoro (animal que se alimenta de insetos) com base alimentar, e de acordo com o nome, é animal semi-aquático, o que explica um monte de coisas estranhas que vinham acontecendo antes, com o porque destes animais serem encontrados desmaiados dentro da vasilha de água, e ao serem pegos, voltam repentinamente á vida (quem teve Water dragons deve saber do que estou falando). O mesmo acontece com jabutis e cágados, cuja alimentação é completamente variada, apesar da semelhança na aparência.
É muito importante fazer seu dever de casa antes de adquirir um animal cujos hábitos você não conhece ou “supõe” conhecer, pois pode ser muito tarde ao se descobrir que as condições oferecidas são inadequadas para sua sobrevivência e for tarde demais para recuperar completamente a saúde deste seu réptil/ anfíbio ou mamífero/ ave, pois não são poucos os casos destes animais que aparecem para consultas “desesperadas”. Já adquiri animais que sabia não poder mantê-los, com a intenção imediata de passar para pessoas realmente habilitadas, pelos mais variados motivos, mas nunca o fiz por vaidade ou por “achar que vai dar”. Junto com o erro número 1 vai a regra número um de quem milita no ramo: Faça seu dever de casa.
 

Erro Número Dois: “Depois eu aumento o espaço do terrário”

            Ao adquirir um animal, você deve saber quais serão os requisitos necessários em termo de tamanho das instalações onde planeja que ele se aloje. Nem sempre sobra dinheiro para que no futuro, uma melhor adaptação seja feita. Junte-se a isso o fator comodismo e o fato de que seu animal nunca reclama verbalmente (e você só se sensibiliza com manifestações verbais) e o tempo vai passando, passando, você descobre que o dinheiro para o novo local não veio, seu animal continua calado, sem reclamar, e ao sair na rua descobre que seus amigos já se lembram de você como o cara que cria “Bonsais de répteis” ou coisa parecida no seu quarto. Tudo bem se você acha que isso será a nova técnica de criação na área, mas nem seus colegas, nem seu bicho e nem eu concordamos com sua teoria. São inúmeros os casos de animais com problemas causados pelo mau acondicionamento, variando de acordo com as espécies e táxons. Um exemplo muito ignorado é o da constipação em boídeos, devido ás dimensões diminutas do terrário, que impedem o exercício regular e a melhor formação do bolo fecal, causando problemas como o endurecimento das fezes no intestino e a possibilidade perigosa de ter que se resolver o problema com cirurgia celomática. Animais com trauma rostral são coisa muito comum para quem tem iguanas, e basiliscos em terrário inapropriado, seja por dimensão ou por mau arranjo de estruturas e isso pode desenvolver até para infecções generalizadas e morte.
            Costumo observar que a montagem de um bom terrário, muitas vezes é mais dispendiosa que o próprio animal, mas a vantagem é que, se esta for planejada para durar, sem necessidade de reformas ou novas estruturas, este terrário suportará bem seu hóspede e não mais precisará ser investido dinheiro para que seu animal viva bem. Geralmente construções saem bem mais baratas que reformas amplas. Segunda regra: Pense na frente, pense no futuro. Invista uma única vez, mas invista direito.

 

Erro Número Três: “O bicho tá bem. Quem precisa de veterinário?”.

            Vários fatores externos e internos podem fazer com que seu animal se apresente bem ou mal, no momento de sua aquisição. O stress da captura, do transporte, do acondicionamento em grupos e da superpopulação, da competição por espaço, abrigo, comida, etc. tudo isso vai influir no comportamento e na saúde de seu animal antes da sua aquisição. Um ponto importante que as pessoas não costumam observar é que animais selvagens possuem dentro deles a necessidade de transparecer em perfeito estado de saúde, quando confrontados com outros de sua espécie ou na presença de supostos predadores, pela simples razão de evitar confrontos, seja de origem hierárquica, competitiva ou predatória, pois predadores gastam menos energia para capturar animais doentes ou velhos/ fracos. Logo, aparentar fraqueza é convidar um possível predador ou rival para se aproximar. Mais uma dica: uma doença leva algum tempo para se instalar no organismo de um animal. Esta mesma doença pode estar clinicamente visível ou em vias de aparecer, e dependendo do estado geral de seu animal e de suas reservas de energia, seu quadro ao aparecer vai ser gradual, permitindo uma intervenção terapêutica de sucesso provável ou um quadro fulminante, trazendo dor para todos, devido á dificuldade de salvar, geralmente culminando em perda, por inviabilidade em termos de custos financeiros ou de material, esforço e técnica, necessidade de internação e de tratamento intensivo. Leve seu animal ao veterinário ao adquiri-lo e periodicamente. Ele pode necessitar e nem sempre você vai saber disso. Neste caso, ainda não considero uma regra, pois há algo importante para dizer e assim complementar o que tenho a dizer sobre o erro número 3. Basta ver o erro número 4, logo abaixo.
 

Erro Número quatro: “Serve qualquer veterinário? Um veterinário de cães já resolve o problema?”.

             Não. A não ser que este profissional seja especializado na área de atuação requerida, no caso, animais selvagens, pelo menos. Devido á gama de espécies, e com esta gama uma mais complexa gama de necessidades, comportamentos e peculiaridades, torna-se complicado para um profissional sem experiência na área de animais selvagens proceder a um exame clínico consistente e completo em seu animal. As técnicas clínicas submetidas a estes animais diferem muito das procedidas em cães e gatos. Os exames clínicos variam um pouco e os tratamentos terapêuticos são completamente diferentes, portanto não se arrisque e procure um profissional que vá resolver seu problema, e não te causar outros. Infelizmente tenho atendido casos de problemas causados por profissionais inabilitados para a clínica de animais selvagens, principalmente répteis, como erros de diagnóstico, inclusive de estruturas anatômicas fundamentais, de definição sexual, de terapêutica inadequada e até de uso de drogas que podem matar o animal em questão, pois certos remédios podem ser fatais para determinadas espécies de répteis ou aves, e até de mamíferos selvagens. Caso você necessite de um clínico de répteis ou de mamíferos/ aves exóticas, procure informações com um veterinário esclarecido, que possa fazer uma indicação segura. Procure avaliar o profissional indicado, examine se há clientes de animais selvagens freqüentemente no consultório, se ele demonstra conhecimento ao pegar seu animal (veja se ele sabe identificá-lo), procure literatura especializada no consultório, procure fotos, pergunte se ele já tratou algo semelhante, se ele tem familiaridade com procedimentos clínicos ou exames de laboratório. Estas coisas já dão algo para uma rápida formação de opinião á respeito.
Ao atender estes animais em meu consultório na primeira vez, eu recomendo sempre determinados exames e de acordo com o caso clínico, a estes exames deverão ser associados outros mais complexos. Pergunte sempre ao profissional da necessidade de se avaliar laboratorialmente seu animal. A familiaridade com procedimentos clínicos ou de diagnóstico pode ser um fator positivo na identificação de quem realmente sabe do que fala. Regra número três (agora completa): Leve seu animal selvagem recém adquirido ao veterinário especializado em animais selvagens. E leve seu animal periodicamente ao veterinário para check ups.

 

Erro Número Cinco: “O Complexo Luz Del fuego

      Existem coisas que todos sabem, uma delas é que répteis causam as mais variadas sensações nas pessoas. A maioria destas sensações é relacionada com medo. Não importa o quanto eles possam ser inofensivos, não é disso que estou discutindo.  Amo este táxon e entendo o orgulho que a gente sente de criar um animal exótico desde neném e torná-lo um animal sadio, manso e sociável, mas isto não me dá o direito de empurrar na garganta de alguém na rua o meu lindo animal. Os motivos são os mais variados, e isto inclui o pânico que certas pessoas possuem por répteis, a má propaganda causada pelos sujeitos que insistem em dizer que não há problemas em desfilar por aí em shoppings ou escolas, ruas, ou seja, lá onde for com sua linda serpente de 2 metros ou seu lagarto de língua azul. Sabemos que no meio do hobby existem as mais diferentes pessoas, desde o mais rígido nerd, cheio de espinhas e que não vê a luz do sol há 15 anos, passando pelo playboy consciente, o ecochato castrador, que diz que “ter serpentes pode, mas só se não for venenosa”, ao tipo “macho man” que adora se exibir e fica muito mais empolgado quando exibe as cicatrizes que o Tyson, seu niloticus de estimação causou ao ser pego para tomar banho ás garotas que passam, sem perceber o nojo causado. Répteis não são comuns, atualmente seu comércio está proibido ( a importação), seu animal está sujeito á ser averiguado quanto á documentação no meio da rua, o que causará a impressão de que você está fazendo algo ilegal para quem passa, além da impressão de que você quer a todo custo chamar a atenção para si, a clássica SIDA ( Síndrome do Incrível/ Insustentável desejo de chamar a  Atenção), muito comum em pessoas mal resolvidas quanto á necessidades de carência, que em nosso meio eu costumo chamar de “complexo Luz del Fuego”, aquela bailarina de gostos duvidosos que costumava só aparecer com uma Jibóia no pescoço. De qualquer forma, a maior e a mais séria razão para não sair com seus répteis na rua é a de que eles terão, fatalmente que sofrer stress de mudança de ambiente e oscilação térmica, corrijam-me se eu estiver errado. Uma das coisas mais maravilhosas que eu tenho aprendido com animais selvagens é que quando você toma para si a responsabilidade e o privilégio de cuidar de um, você se torna deus para ele, devendo suprir satisfatoriamente todas as suas necessidades alimentares, de conforto térmico, de abrigo, de saúde, reprodutivas e etc., portanto, o principal passa a ser o que eles precisam e não o que você quer. Se você acredita de outra forma, esta deverá ser a última vez que você lerá a minha coluna e, no que depender de mim, estou lhe convidando para se retirar deste texto e dos meus próximos, pois você está na festa errada, desculpe a franqueza. Descargas de Raios matam cerca de 1.000 pessoas por ano nos EUA, picadas de abelha matam cerca de 400 pessoas por ano, mordidas de cães domésticos fazem muitos milhares de acidentes, alguns com morte, Picadas de serpentes venenosas matam cerca de 10 pessoas por ano, apenas. Os acidentes de carro têm sido os maiores responsáveis por morte na maioria dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, MAS O FATO É QUE AS PESSOAS NÃO TÊM MEDO DE CARROS E SIM DE COBRAS! Já deu para entender? Espero que sim, pois a próxima regra, número 4 é que répteis causam medo em determinado tipo de pessoas. Evite sair com eles na rua.

Erro Número Seis: “Minha iguana adora mamão, não adianta dar outra coisa que ela não quer, logo minha iguana só come mamão”.

            Este pensamento é um dos que me tem causado mais problemas na clínica de animais exóticos, pois é de uma lógica relativa para quem aceita o fato de que os animais vão procurar o que é de melhor para se alimentar. Isto não ocorre somente com iguanas, mas é comum com tartarugas, jabutis, papagaios, araras, leopard geckos, e mais um monte de cães e gatos cujos donos são fracos demais para decidir quem toma conta de quem. O fato é que em natureza as coisas são diferentes quanto á busca pela sobrevivência. Vamos exemplificar: uma iguana na natureza acorda meio entorpecida pelo frio da madrugada, rasteja até uma posição privilegiada onde possa aquecer, leva alguns minutos para estar suficientemente ativa e aí vem a fome. O animal passa a procurar alimentação. Em sua lista de prioridades estão as frutas suculentas e doces, folhas suculentas e doces caindo para frutas suculentas, folhas suculentas, frutas e folhas amargas e amargas e secas ficam por último. Aí elas se deparam com uma sombra do alto e fogem rápido de um possível falcão faminto e o repasto fica para depois. Depois, devido ao tempo perdido e ao aumento do apetite e da concorrência, só tem pra comer folhas amareladas e secas, o que acontece? Ela come o que tem. E isso é a realidade de quem vive na “linda e bela natureza”, ou você achava que aparecia um garçom de hora em hora servindo salgadinhos para todos? A Natureza, á despeito do que os ecochatos queiram dizer, não é uma festa. A realidade de um animal em cativeiro é outra. Tem comida todo dia, comida variada e suplementação vitamínica e mineral, e aí dá para escolher o que for mais apetitoso. Caso o que interessar não venha, a gente faz beicinho por 2 dias e logo somos atendidos.
O final disso é uma dieta pobre em nutrientes e as carências nutricionais vão se instalando insidiosamente até tornarem-se visíveis até para o dono cuidadoso, que, se tiver a chance e a disposição, leva ao veterinário, que tem que resolver o pepino. Tornando as coisas mais fáceis de entender, aí vai a Quinta regra: Animais comem o que gostam, sempre que podem. Animais devem comer o que precisam e não o que gostam de comer. Se não fosse assim a bóia dos hospitais seria melhor, não acham?

Erro Número sete: “Répteis não reclamam, logo não sentem dor”.

Tenho me deparado com situações diversas no meu consultório, algumas cômicas e outras trágicas. Ë engraçado ver pessoas colocando roupinhas em jabutis, letreiros na porta do terrário de seu teiú ou algo que o valha, contanto que não atrapalhe a vida deles. Certas horas me deparo com situações absurdas, como a do cliente que, ao tirar o carro da garagem, passou por cima do jabuti e sentiu que ele quebrou todo, mas, como achou que ele estava morto, deixou para lá. E deixou para lá mesmo, só indo ver após 7 dias o porque o animal não estava fedendo, e deparando com o jabuti vivo ! O trágico disso é que, mesmo ao chegar no consultório, este proprietário não aventou a possibilidade do animal estar sofrendo em momento algum. Ao examiná-lo, dava para observar que o animal se contorcia de dor, do mesmo jeito que quando se aplica uma injeção, ou se debrida uma ferida os animais, inclusive os répteis, sentem dor.  O caso necessitou de cirurgia de emergência e o animal ficou bem, para quem ficou curioso com a história. Eles vem de vez em quando só para visitas regulares. Não acredite em técnicas veterinárias do tipo ”só vai levar um segundo”, pergunte se não há a possibilidade de se utilizar meios e técnicas para o controle da dor, pois quem gosta de sentir dor é cowboy e não os meus pacientes, posso garantir. Vale uma regra número 7: Animais sentem dor, frio e fome, apenas não expressam isso verbalmente. Seja sensível para entender suas necessidades.

Erro Número Oito: “O Brasil é um País Tropical”

            Deixe-me completar, “abençoado por Deus e Blá blá blá”..., Logo, eu não preciso me preocupar com a qualidade térmica que ofereço aos meus répteis/ anfíbios, pois este país é tropical. Devido a pensamentos como este, os problemas de erro de manejo acontecem, pois o nosso país é privilegiado em termos de temperatura, mas em determinados locais, e isto pode variar de acordo com o local, com a época do ano e, principalmente, de acordo com a espécie de animal que temos escolhido. Sei de locais em que, para determinadas espécies o monitoramento térmico é completamente dispensável, principalmente se as condições de espaço no terrário são plenamente satisfatórias, mas isto não quer dizer que a responsabilidade deva diminuir por parte do proprietário e caso as coisas saiam do controle, não adianta culpar ninguém. As pessoas que obtiveram mais sucesso na criação de répteis em cativeiro são as que procuraram manter o ambiente de seus animais o mais controlado possível, em se tratando de temperatura, umidade e limpeza. Criar estes animais requer tempo, conhecimento e dedicação, não dá para fugir disso. Um fato que põe fim nesta discussão é que se você quiser que as coisas saiam do controle no terrário, basta confiar que este país é tropical, abençoado por Deus e bonito por natureza ( que beleza...), o azar é todo seu ( e do seu animal também).

Erro Número nove : “ Meu animal não come porque está para hibernar

            Há várias e inúmeras causas para que um réptil/ anfíbio venha a entrar em estado de hibernação. Animais de climas frios necessitam entrar em processo hibernativo para poder sobreviver em natureza a fases e climas inóspitos e desfavoráveis á sobrevivência da espécie, alguns necessitam hibernar para completar o ciclo reprodutivo, favorecendo a maturação dos gametas (células sexuais), e na maioria das vezes os dois fatores aqui expostos atuam juntamente, trazendo no final da hibernação a época de reprodução.
            O ponto é que, nem sempre a falta de apetite pode ser um indicativo de que animais estão em processo de hibernação, ou mesmo em processo de semi-hibernação (vamos chamar de processo de estivação), além do fato que, nem todos os répteis necessitam entrar nestes processos, bastando, muitas vezes uma brusca queda de temperatura e umidade, ou até uma queda gradual, dependendo do local de origem da espécie, para que eles entrem em franco desenvolvimento reprodutivo, portanto nem sempre a falta de apetite pode ser causada por processos metabólicos normais. Muitas vezes o que ocorre são doenças que podem expor seu animal a riscos de vida, caso não diagnosticada a tempo, ou determinados alimentos oferecidos não se encontram em boas condições de consumo, estragados ou com produtos químicos de sabor o cheiro desagradável, ou até devido á insistência do mesmo alimento, os animais enjoam deste ou daquele prato oferecido, coisa comum com determinados tipos de camaleões, por exemplo.
            Na dúvida, o ideal é fazer um check up com o veterinário especializado, talvez sendo indicado um exame de sangue ou outro exame qualquer, dependendo da avaliação clínica e da história relatada sobre as condições de manutenção de seu animal ou do quadro evolutivo da doença. Não espere o “final da hibernação” para descobrir que seu animal já atravessou a linha vermelha e nada mais pode ser feito. Na dúvida, procure conselho de profissionais especializados nesta área. Quanto aos animais que sabidamente hibernam, estes o fazem em determinadas épocas do ano e devem ser colocados em hibernação quando em totais condições de fazê-lo, ou poderão nunca retornar deste processo. Vale mais uma vez o conselho de procurar ajuda especializada.

Erro Número dez: “Meus animais vivem juntos em perfeita união”

            Raras as espécies de répteis que vivem agrupadas, quando isso ocorre, geralmente é em determinada época do ano, por motivos de procriação ou por necessidade de nichos de hibernação e estivação. Na maioria das vezes, os répteis são animais solitários, e ás vezes até anti-sociais. Esta fase anti-social/territorialista se desenvolve próximo á época de maturação sexual, ou na época de procriação, por motivo de disputa de fêmeas, território e local para oviposição. Dentro de um terrário, isto pode ser notado quando há decréscimo de peso ou de movimentação de determinado animal, a não ocupação de determinados pontos, principalmente de basking ou de água e daí vão aparecendo os problemas de crescimento de animais de mesma idade, doenças e etc. em alguns casos existe uma boa tolerância entre as espécies, mas o proprietário deve ficar de olho em todo o comportamento e atitude dentro de um ambienta controlado. O princípio geral é de se alojar animais individualmente, havendo algumas exceções, bastando para isto, ler e conhecer mais sobre seu animal.

            Provavelmente as dúvidas vão surgir e deverão ser sanadas com literatura e experiência própria e adquirida por amigos e profissionais.

Encontro-me á disposição para responder quando souber e desde já quero dizer que o Doutor Ademar Couto não sabe tudo e não vai ser o responsável pelo seu animal. Herpetologia é um ramo muito novo, a clínica de répteis está em constante desenvolvimento e o que eu tenho hoje como o correto pode mudar em 6 meses ou menos.
A responsabilidade de procurar e saber e fazer e descobrir algo sobre seu animal, garantindo seu bem estar é sua, sendo o médico apenas mais um veículo para possibilitar que isso aconteça. 
Hoje nós temos a chance de fazer a coisa da forma correta, evitando os erros cometidos pelos precursores deste hobby que tem um cunho científico inegável, aprendendo com os erros por eles cometidos e evoluindo cada vez mais e da forma o mais ética possível. Sendo assim eu me coloco á disposição em qualquer coisa que eu possa vir a ser útil.

           

 

 Ademar L. G. do couto